quarta-feira, 4 de abril de 2012

Simplesmente, Federer

Em todo tipo de esporte existem grandes atletas.

Em boa parte deles existem os craques, aqueles de talento nitidamente superior aos demais.

Em alguns, encontramos jogadores simplesmente geniais, gente capaz de antever as jogadas dos craques.

Mas dá pra contar nos dedos aqueles caras especiais que se tornam mitos de cada esporte.

Hoje, se você pegar o ranking da ATP, verá o reflexo do momento espetacular do genial Novak Djokovic, líder com sobras na tabela.

Djoko é seguido pelo craque Rafael Nadal, jogador de talento, de força, cheio de títulos e histórias pra contar.

E na modesta terceira posição, ainda longe das pontuações líderes, verá o suíço Roger Federer.

Que é maior para o tênis do que Djoko, Nadal  e todo resto do ranking juntos.

Deixando claro a diferença entre estar melhor do mundo e ser melhor do mundo.

Provavelmente não chegará ao topo do ranking nunca mais na vida.

E eu te explico o porque disso não fazer a menor diferença.

Federer conseguiu superar o status de atleta.

Inclusive hoje já não tem mais uma “torcida” propriamente dita.

As pessoas querem que ele vá vencendo os jogos para poderem assisti-lo o máximo de vezes possível.

Sabem que se trata de alguém diferente, que o tênis não produzirá novamente tão cedo.

Poderíamos recorrer aos números para exemplificar a grandeza desse jogador.

Federer é detentor do imbatível recorde de 237 semanas consecutivas na liderança do ranking da ATP.

Na lista geral, perde apenas para Pete Sampras, e por uma semaninha (286 a 285).

Seria o máximo que ele conseguisse voltar ao topo por duas semanas que fossem, só pra bater esse recorde também.

Mas, mesmo que não role, sabemos que ele é maior que Sampras.

É o recordista de finais (23) e de títulos (16) em Grand Slams, aqueles títulos que realmente interessam sabe?

Este ano em Roland Garros aliás, terá a oportunidade de se tornar o tenista que mais venceu partidas de Grand Slams em todos os tempos. Precisa apenas de duas vitórias pra ultrapassar as 233 vitórias de Jimmy Connors.

Em 2012, Federer voltou a apresentar um grande tênis, mostrando ter superado as dificuldades de 2011 e as desconfianças de aposentadoria (assunto que ele odeia por sinal).

Até agora foram 41 partidas e 39 vitórias. Venceu os ATP’s de Doha, Dubai e Roterdã, além do Masters Series de Indian Wells.

Perdeu o Aberto da Austrália, único Grand Slam que já rolou, mas, como disse anteriormente, hoje já não é mais isso que importa.

Os números são fortes, mas não chegam aos pés do tênis que Roger pratica.

Federer é o que temos de arte num esporte onde Nadal popularizou a força, o jogo de resultado.

Não é exagero dizer que Nadal “Muricysou” o tênis.

Alguns ainda veem Djokovic como um meio termo entre os dois.

Metade de técnica, metade de força. Equilibrio que talvez explique os resultados que o sérvio tem conseguido.

Mas convenhamos, não é a mesma coisa.

Num jogo de Federer sabemos que a habilidade vai sempre sobressair.

Mesmo que ele perca, perderá tentando ganhar bonito.

É o bastante.

Roger é o que temos de diferente, de especial no tênis.

Mesmo com as declarações do próprio de que falta muito ainda pra aposentadoria, é bom quem gosta de tênis aproveitar esse momento de “jogos de exibição”.

Esqueçam essa bobagem de posição de ranking.

O Bellucci ficou um tempão entre os 30 e nos sabemos bem como ele joga (ou não joga, como preferir)

Curtam, deliciem-se, admirem cada jogo desse tênis clássico e encantado.

O Michael Jordan desse esporte ainda está na ativa.

Com o único compromisso de homenagear, em quadra, o esporte que ama.