Como bem se sabe a Selção Brasileira não vive seu melhor momento.
Não temos as eliminatórias, para se preparar decentemente.
Não temos amistosos de qualidade, porque quando acontecem, apanhamos.
E também não temos mais jogadores, mesmo que medianos, comprometidos com um projeto, como na era Dunga.
Não se sabe bem o porque, Mano Menezes ainda espera algo de Ronaldinho Gaúcho.
Quando nem os flamenguistas esperam mais nada dele.
A coisa está tão feia que a esperança do time da CBF recai toda sobre os meninos do sub 23.
Principalmente sobre os santistas Ganso e Neymar.
Eis que, quando já não se apresentavam boas alternativas pra esse momento da Seleção, começa a ressurgir um cara que ficou "devendo" um auge com a amarelinha.
Já foi melhor do mundo, quando carregou nas costas o Milan da temporada 2006-07.
Seria a estrela brasileira da Copa da África de 2010, mas não rolou.
Agora, parece que o corpo voltará a deixá-lo jogar bem.
Mas precisamos analisar bem a situação antes de criar expectativas.
Ricardo Izecson dos Santos Leite fará 30 anos no próximo dia 22.
Revelado pelo São Paulo foi pra Itália por uma pechincha, graças também a pressão da torcida, ainda com idade olímpica.
No Milan explodiu. Se tornou a principal referência de um dos times mais tradicionais do planeta.
Campeão italiano logo na temporada 2003-04 era uma das arestas do "quadrado mágico" que a Seleção de Parreira formou visando a Copa da Alemanha em 2006.
Como vimos, aquela seleção naufragou lindamente.
De volta ao Milan porém, nosso craque Ricardo alcançou a glória conduzindo praticamente sozinho o Milan ao título da Champions 2006-07 e do Mundial 2007.
Consequentemente foi eleito o Melhor Jogador do Mundo FIFA de 2007.
Ronaldo Fenômeno, Adriano e Ronaldinho Gaúcho, as outras arestas do quadrado, tiveram suas imagens sensivelmente aranhadas junto a imprensa mundial após a péssima campanha na Copa do Mundo de 2006.
Voltaram para o Brasil, o que só reforça a decadência dos mesmos.
No entanto, o mesmo não aconteceu com o rapaz de Milão.
Ao fim da temporada 2008-09, foi contratado com status de aquisição histórica pelo poderoso Real Madrid por singelos 65 milhões de euros (hoje equivalentes à 155 milhões de reais).
Acreditava-se na época que o jogador chegaria ao seu ápice em Madrid.
Jogaria ao lado do também recém-contratado, e sucessor no prêmio de melhor do mundo, Cristiano Ronaldo, formaria uma dupla dos sonhos, ganharia tudo o que disputasse e se tornaria, quem sabe, um mito do futebol.
No entanto deu tudo errado.
Primeiro porque a formação desse Real coincidiu com o início da arrancada desse Barcelona que vemos hoje.
Segundo porque Cristiano Ronaldo acabou por brilhar sozinho na equipe, rodeado de coadjuvantes empenhados em criar boas jogadas pra ele.
E o principal, as lesões.
Em 2010 começou a se machucar com frequência, sendo acusado por Madridistas mais exaltados de estar se poupando pra Copa da África.
Sim, chamaram o menino de chinelinho na cara dura mesmo.
Rapaz de boa imagem foi pra Copa sob a presão de que aquela seria "a sua Copa".
Expectativas que caíram um pouco conforme era apresentada sua condição física.
Mas como era o único jogador acima da média na "igrejinha" de Dunga, iria pra Copa mesmo que amputado.
Copa aliás que foi mais um fracasso, vocês sabem.
O que não se sabia à época era a gravidade do caso de nosso craque.
Um problema crônico no menisco provocou a operção logo após a eliminação na Copa.
Sete meses parado e tome questionamentos ao investimento feito pelo Madrid.
Em 2011 poucos gols e mais uma cirurgia.
O caso já era comparado ao de Gustavo Kuerten.
Mas chegou 2012 e com ele o bom futebol de Ricardo.
Aproveitando-se da lesão do titular, o meia argentino Angel Di Maria, entrou, jogou, marcou e se destacou no time neste início de ano.
Já apresenta parte daquele futebol que o consagrou no Milan.
Precisa apenas de regularidade pra voltar a figurar entre os principais jogadores tupiniquins na Europa.
Aliás, não temos nenhum em posição de destaque nos grandes europeus.
Mas esse não é o tema.
A questão aqui é se podemos contar com o melhor de 2007 pra ser nosso melhor em 2014.
Na minha humilde opinião, não.
Mas posso ser surpreendido. Seria até bacana.
Se assumir a titularidade no meio campo do Real, se destacar nos grandes jogos e belicar alguns títulos que o Barça deixar pelo caminho, pode sim voltar a Seleção.
Outra dúvida é, mesmo que tenhamos ele pra Seleção, teremos uma boa seleção pra ele?
Enfim, ainda sou cético ao assunto "Retorno de Izecson".
Cabe a ele provar que pode e enfim ter a sua Copa.
Será que rola Kaká?