sexta-feira, 6 de abril de 2012

Será Kaká?

Como bem se sabe a Selção Brasileira não vive seu melhor momento.

Não temos as eliminatórias, para se preparar decentemente.

Não temos amistosos de qualidade, porque quando acontecem, apanhamos.

E também não temos mais jogadores, mesmo que medianos, comprometidos com um projeto, como na era Dunga.

Não se sabe bem o porque, Mano Menezes ainda espera algo de Ronaldinho Gaúcho.

Quando nem os flamenguistas esperam mais nada dele.

A coisa está tão feia que a esperança do time da CBF recai toda sobre os meninos do sub 23.

Principalmente sobre os santistas Ganso e Neymar.

Eis que, quando já não se apresentavam boas alternativas pra esse momento da Seleção, começa a ressurgir um cara que ficou "devendo" um auge com a amarelinha.

Já foi melhor do mundo, quando carregou nas costas o Milan da temporada 2006-07.

Seria a estrela brasileira da Copa da África de 2010, mas não rolou.

Agora, parece que o corpo voltará a deixá-lo jogar bem.

Mas precisamos analisar bem a situação antes de criar expectativas.

Ricardo Izecson dos Santos Leite fará 30 anos no próximo dia 22.

Revelado pelo São Paulo foi pra Itália por uma pechincha, graças também a pressão da torcida, ainda com idade olímpica.

No Milan explodiu. Se tornou a principal referência de um dos times mais tradicionais do planeta.

Campeão italiano logo na temporada 2003-04 era uma das arestas do "quadrado mágico" que a Seleção de Parreira formou visando a Copa da Alemanha em 2006.

Como vimos, aquela seleção naufragou lindamente.

De volta ao Milan porém, nosso craque Ricardo alcançou a glória conduzindo praticamente sozinho o Milan ao título da Champions 2006-07 e do Mundial 2007.

Consequentemente foi eleito o Melhor Jogador do Mundo FIFA de 2007.

Ronaldo Fenômeno, Adriano e Ronaldinho Gaúcho, as outras arestas do quadrado, tiveram suas imagens sensivelmente aranhadas junto a imprensa mundial após a péssima campanha na Copa do Mundo de 2006.

Voltaram para o Brasil, o que só reforça a decadência dos mesmos.

No entanto, o mesmo não aconteceu com o rapaz de Milão.

Ao fim da temporada 2008-09, foi contratado com status de aquisição histórica pelo poderoso Real Madrid por singelos 65 milhões de euros (hoje equivalentes à 155 milhões de reais).

Acreditava-se na época que o jogador chegaria ao seu ápice em Madrid.

Jogaria ao lado do também recém-contratado, e sucessor no prêmio de melhor do mundo, Cristiano Ronaldo, formaria uma dupla dos sonhos, ganharia tudo o que disputasse e se tornaria, quem sabe, um mito do futebol.

No entanto deu tudo errado.

Primeiro porque a formação desse Real coincidiu com o início da arrancada desse Barcelona que vemos hoje.

Segundo porque Cristiano Ronaldo acabou por brilhar sozinho na equipe, rodeado de coadjuvantes empenhados em criar boas jogadas pra ele.

E o principal, as lesões.

Em 2010 começou a se machucar com frequência, sendo acusado por Madridistas mais exaltados de estar se poupando pra Copa da África.

Sim, chamaram o menino de chinelinho na cara dura mesmo.

Rapaz de boa imagem foi pra Copa sob a presão de que aquela seria "a sua Copa".

Expectativas que caíram um pouco conforme era apresentada sua condição física.

Mas como era o único jogador acima da média na "igrejinha" de Dunga, iria pra Copa mesmo que amputado.

Copa aliás que foi mais um fracasso, vocês sabem.

O que não se sabia à época era a gravidade do caso de nosso craque.

Um problema crônico no menisco provocou a operção logo após a eliminação na Copa.

Sete meses parado e tome questionamentos ao investimento feito pelo Madrid.

Em 2011 poucos gols e mais uma cirurgia.

O caso já era comparado ao de Gustavo Kuerten.

Mas chegou 2012 e com ele o bom futebol de Ricardo.

Aproveitando-se da lesão do titular, o meia argentino Angel Di Maria, entrou, jogou, marcou e se destacou no time neste início de ano.

Já apresenta parte daquele futebol que o consagrou no Milan.

Precisa apenas de regularidade pra voltar a figurar entre os principais jogadores tupiniquins na Europa.

Aliás, não temos nenhum em posição de destaque nos grandes europeus.

Mas esse não é o tema.

A questão aqui é se podemos contar com o melhor de 2007 pra ser nosso melhor em 2014.

Na minha humilde opinião, não.

Mas posso ser surpreendido. Seria até bacana.

Se assumir a titularidade no meio campo do Real, se destacar nos grandes jogos e belicar alguns títulos que o Barça deixar pelo caminho, pode sim voltar a Seleção.

Outra dúvida é, mesmo que tenhamos ele pra Seleção, teremos uma boa seleção pra ele?

Enfim, ainda sou cético ao assunto "Retorno de Izecson".

Cabe a ele provar que pode e enfim ter a sua Copa.

Será que rola Kaká?