Pois é amigos, por
vezes a bola escolhe uma quarta-feira marota pra enganar todo mundo.
Aposto que vocês
tinham seus palpites prontinhos pra ontem.
E aposto também que
praticamente todos foram derrubados.
A função de dias como
o de ontem é lembrar que futebol é um esporte completamente diferente de todos
os outros. Às vezes dá até pra duvidar se é esporte mesmo.
Acharam que os
principais jogos de ontem tinham um resultado óbvio?
Então. Chupem. Todos
vocês, palpiteros errantes. Inclusive este blogueiro que vos fala.
Também achava que o
Corinthians ia “deitar” no Luverdense ontem. Não dá pra comparar o nível
técnico das equipes e, com alguma boa vontade, a vitória alvinegra viria sem
sustos.
O Corinthians
esqueceu que haviam onze homens do outro lado, andou em campo e perdeu o jogo.
Fica a lição contra a arrogância de quem não via nos caras do Mato Grosso um
time minimamente capaz de chutar uma bola no gol.
Também achava que o
Palmeiras não resistiria a um adversário embalado na Série A. Era o que
apontavam as evidências. Quem vence apertado o Atlético-MG no Independência na
teoria tem mais condição do que quem vence apertado o Paysandu em São Paulo.
No entanto o Verdão
se superou e venceu. Sofreu, e não havia como ser diferente, mas provou que
pode sim encarar as equipes da primeira divisão. Fica a lição sobre toda a
descrença que existiu sobre o elenco palmeirense.
Também achava que a
vaca do Santos já ia começar a ir pro brejo ontem mesmo. O Grêmio só fez ganhar
nas últimas rodadas do Brasileiro. Enquanto o Santos ainda é um esboço de
equipe que tenta pontuar com base na solidez defensiva e na crescente de
Montillo.
Mas vejam só, o
esforço da molecada foi recompensado ontem com alguma sorte e o Peixe venceu
pelo placar mínimo. Desmerecemos o Sub-20 praiano de véspera. Tá errado. Fica a lição.
Até o futebol gringo
deixou algumas línguas queimadas. Mais precisamente no jogo de ida da final da
Supercopa da Espanha.
O golaço do David
Villa em cima do Barcelona, seu ex-clube, é simbólico e deve ter ficado na
cabeça de quem afirmou que o mesmo não servia mais para os culés.
E o gol que salvou o
Barcelona da derrota calou aqueles (por incrível que parece, em sua maioria,
brasileiros) que afirmavam que Neymar ia demorar muito pra se mostrar decisivo
pelo Barça (20 dias depois de estrear não é tanto, não acham?).
Enfim, todos nós
sempre achamos que entendemos pra caramba de futebol.
E quase sempre ele
nos prova que não sabemos ainda quase nada.
A chance é grande
ainda de, na próxima quarta-feira, o Corinthians golear, o Furacão vencer, o
Grêmio reverter e ficar provado que estávamos certos desde o início.
Mas, depois dos jogos
de ida, o melhor é apenas assistir, sem querer dar uma de sabichão.
Tem dias em que é
quase impossível resistir aos palpites. Ontem foi um desses.
Portanto, chupem.
Pela arrogância pró-Corinthians, pela descrença no Palmeiras, por desmerecer a
molecada do Santos e pelo complexo de vira-latas (ou puro recalque) para com
Neymar.
Ah, e antes que me
esqueça, pelo golaço do Everton Ribeiro também.
Puta que pariu, que
golaço.
