sábado, 7 de janeiro de 2012

Entre outras quatro linhas #4 - Tênis

Hoje a seção muda de ambiente pra falar de tênis.

A temporada 2012 começou e já tivemos tenistas top competindo em Doha, no Catar.

Mas o que devemos esperar esse ano?

Mais um período de domínio absoluto de Novak Djokovic?

Uma super reação de Rafael Nadal?

O ressurgimento de Roger Federer?
 
Algum coadjuvante roubando a cena nos Grand Slans?

Pense bem antes de escolher a primeira alternativa, pois, se a fase física e técnica de Djoko beira o auge, neste ano ele deve ter muito mais trabalho para se manter no topo.

E ao contrário do que você possa pensar, sua maior ameaça não está no segundo colocado Rafael Nadal, e sim no terceiro, Roger Federer.

E eu explico o porquê.


Novak Djokovic realizou uma temporada dos sonhos em 2011. Um ano quase perfeito. Dez títulos, sendo três dos quatro Grand Slans, primeiro lugar do ranking da ATP e mais de U$$ 12 milhões em premiações. O sérvio terminou o ano com mais de quatro mil pontos de vantagem para Nadal e mais de cinco mil para Federer.

E isso tudo é muito ruim pra 2012.

Sim, ruim, você não leu errado.

O Ranking da ATP funciona no sistema de defesa de pontos. Se você chegou às semifinais de um torneio, por exemplo, precisa, no mínimo, chegar novamente às semis para manter sua pontuação.

E no caso de títulos o problema é maior ainda. Já que você não tem a possibilidade de superar o desempenho e ganhar mais pontos, apenas a chance de igualar e sair da competição exatamente com a mesma pontuação que entrou.

E Novak Djokovic em 2011 chegou a dez finais. E venceu todas. E é aí que está a grande dificuldade para 2012.

O sérvio tem muito mais pontos para defender do que qualquer outro tenista e assim, praticamente todo campeonato perdido por Novak será sentido no ranking.

Aí você pode pensar, “que ótimo pro Nadal hein?”.

É, mais ou menos.

Dos dez títulos que Djokovic venceu em 2011 sete foram em cima do espanhol, que então terá sete pontuações de vice-campeão para defender, além do título de Roland Garros, conquistado em cima de Roger Federer.

Não fosse o bastante, temos também o declínio técnico pelo qual Nadal tem passado nos últimos tempos. Se não melhorar nesse sentido, a missão de buscar Djoko se torna quase impossível.

E só então, com todas essas dificuldades que se apresentam aos líderes, é que se explica o que eu afirmei no começo do texto.

A maior ameaça para o reinado de Novak Djokovic em 2011 se chama Roger Federer.

O suíço teve uma temporada muito irregular em 2011, e as frequentes disputas entre Djokovic e Nadal não o deixou frequentar muitas finais.

O que significa poucos pontos para defender e muitos pra ganhar.

Somente no final do ano, o suíço ressurgiu, e com direito a três títulos (ATP 500 da Basiléia, Masters 1000 de Paris e o ATP Finals, torneio que fecha o calendário da ATP).

O que por sua vez significa que o mesmo entra no ano de 2012 em uma crescente de rendimento.

Além destas conquistas de fim de ano, Federer entra em 2012 com apenas uma grande pontuação a ser defendida, o vice de Roland Garros.

Até lá, tudo o que for conquistado terá bom reflexo no ranking, capacitando-o a alcançar Nadal em breve.

Os dois aliás, disputaram seu primeiro torneio em 2012, o ATP 250 de Doha. Ambos foram eliminados nas semifinais.

Federer perdeu para Jo-Wilfred Tsonga por W.O., alegando dores nas costas.

Já Nadal foi derrotado por Gael Monfils por 2 sets a 0 (6-3, 6-4).

Na final francesa, um grande jogo.

O primeiro set parecia estar sob controle para Monfils após o mesmo conseguir uma quebra de saque. No entanto Tsonga virou o jogo, venceu o set por 7-5, e mostrou mais equilíbrio e paciência para fechar o segundo em 6-3 e se sagrar campeão no Catar.

Os dois finalistas do torneio em Doha, junto com Andy Murray, David Ferrer, Tomas Berdych, Mardy Fish, Juan Martín Del Potro e Robin Soderling, aparecem num primeiro momento como os melhores coadjuvantes para esta temporada, e talvez os únicos capazes de dar algum trabalho ao trio da frente do ranking.

As atenções e preparativos são voltados agora para o primeiro Grand Slam do ano, o Aberto da Austrália, que começa no próximo dia 16, em Melbourne.