terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O inativo mercadão da bola

Pois é, sempre que acaba a temporada começa aquele papo de fulano ir pra time x, time y contratando estrelas, mercado aquecido, blá blá blá...

No entanto, nessa virada de 2011 pra 2012 as coisas não aconteceram do modo esperado.

O mercado já não parece tão aquecido, e as principais equipes entrarão em campo neste novo ano praticamente iguais.
 
Dizer que ninguém contratou porque não tem dinheiro, por mais absurdo que possa parecer, é desculpinha.

Todo time daqui sempre foi duro. E nem por isso deixou de contratar bem e pagar fortunas.

Pensar na possibilidade de todos os dirigentes do país terem desenvolvido lapsos de consciência administrativa ao mesmo tempo também é bastante... difícil.

Mas então o que acontece por aqui?

Bem, não há uma regra geral, mas olhando cada caso, vemos que algumas situações se repetem entre os grandes clubes brasileiros.


Numa primeira e mais positiva situação, temos o grupo dos cubes que tiveram sucesso em 2011, um time titular definido e entrosado, e não vão trazer nenhuma estrela por dois motivos principalmente:

Se trouxer uma estrela é pra ela chegar e jogar. Se já tem um time titular definido, entrosado e jogando bem, esse tipo de contratação perde o sentido (exceto em casos de oportunidades excepcionais, que surgem apenas de vez em quando).
 
E em segundo lugar, se seu time já tem alcançado os principais objetivos e jogado bem do jeito que está, pode ser dinheiro perdido investir pesado em um novo grande nome. Além da possibilidade de criar problemas pro grupo, climão com quem for pro banco pro estrela jogar, conflito de egos, rachar grupo, etc etc etc...

Nós temos três grandes times nessa situação.

Santos, Vasco e Corinthians.

Venceram as grandes competições de 2011, tem bons times e torcidas sem motivos para reclamar, pelo menos por enquanto.

Vão tentar se aproveitar da falta de apetite dos rivais para contratar, guardar a grana e, quem sabe, repetir o ano de sucesso em 2012.


O segundo grupo é o dos clubes que confiam na evolução do elenco de 2011.

Tiveram bons e maus momentos no ano passado, não conquistaram nada representativo...

Mas possuem ótimos valores no elenco e deixaram boas perspectivas para esta temporada.

Este grupo tem quatro grandes equipes.

Fluminense, Internacional, São Paulo e Flamengo.

“Ah, mas o São Paulo trouxe um pacotão de reforços”

Não, o São Paulo trouxe cinco caras medianos para que, quem sabe, um dê certo.

A base da equipe será a mesma de 2011.

E o Tricolor Paulista aposta num grupo competitivo com Lucas e Luis Fabiano fazendo a diferença.

Assim como o Fluminense, com Deco e Fred.

Assim como o Flamengo, com Thiago Neves e Ronaldinho Gaúcho.

E como o Internacional, com D’Alessandro e Leandro Damião.


Qualquer uma dessas equipes, se “der liga”, entra como um dos favoritos em todas as competições que disputar.

O terceiro e último grupo é o dos quebrados que fracassaram em 2011, mas não vão assumir os erros e deverão manter seus “grupos de confiança”.

Neste estão Botafogo, Cruzeiro e Atlético-MG.

Apostaram em “estrelas” que não os levaram a lugar algum (no caso celeste, quase levaram ao descenso) e se arrependeram muito disso.

Mas uma reformulação agora seria passar recibo de incompetência na construção do projeto anterior (como se manter os caneludos atuais também não fosse), e esse tipo de diretoria sente necessidade de passar à sua torcida uma imagem de serenidade e “confiança no trabalho que vem sendo desenvolvido”.

Estas equipes têm tudo para amargar mais um ano de decepções e vexames.

Mas um bom início de estadual vai iludir toda a torcida, arrancar elogios da imprensa esportiva e acalmar o clima no 1º semestre.

Só no primeiro.

Você deve estar sentindo falta dos outros dois grandes do futebol brasileiro.

Então, no caso de Palmeiras e Grêmio eu não consegui identificar uma justificativa plausível e racional para o que acontece.

Os dois são algo entre os grupos 2 e 3 com uma diferença, ainda estão dispostos a gastar o que não têm em gente que não resolve.

O Grêmio, que também fracassou em tudo no ano de 2011, já tinha o questionável André Lima no ataque. Mas decidiu pagar milhões no boliviano Marcelo Moreno e vai aceitar pagar R$ 600 mil para Kléber Enganador Gladiador (sendo R$ 100 mil pela “marca” Gladiador).

Já no nosso Alviverde Imponente, a regra parece ser fazer a torcida passar o máximo de raiva possível.

Após mais uma temporada de vexames, não trouxe nenhum bom nome para fortalecer a equipe e acalmar os nervos alviverdes.

Não satisfeitos, passaram a negociar com opções bem questionáveis.

Aceitar a indicação do Pastor pela contratação de Carlos Alberto soa como uma agressão à inteligência dos palmeirenses.

E não conseguir concluir a negociação por falta de dinheiro se torna um misto de vergonha e alívio.

A desgraça não invadiu sua casa, pois não te considera digno nem mesmo de desgraças.

Enfim, vejo esforço sincero nos dois times pra fazer tudo errado em 2012.

Devem conseguir.


E fica a dica para dessa vez o Palmeiras tentar trazer o Pastor.

Acho que vão precisar.