Todo ano, em época de
campanha de vacinação, nosso amiguinho aí do lado aparece na TV convocando os
pais a levarem suas crias até um posto de saúde pra que tomem as devidas doses.
Normalmente a prevenção
é feita de forma homeopática nas crianças, e elas acabam tendo de voltar para
segundas e terceiras doses.
“Pronto, agora o
Dello enlouqueceu de vez e esqueceu que essa bagaça é um blog esportivo”.
Não gente, tô falando
disso por causa da rodada desse meio de semana no Brasileirão.
Não entendeu nada,
né? Já explico.
Se você é uma pessoa
que acompanha o certame nacional, está sabendo que hoje tem um jogo importantíssimo
pra parte de cima da tabela.
O líder Cruzeiro
recebe em Belo Horizonte o segundo colocado Botafogo. A diferença que hoje é de
quatro pontos pode cair pra um mísero pontinho no caso de vitória alvinegra.
“Tá, e que diabos a
porra do Zé Gotinha tem a ver com isso?”. Se o Cruzeiro ganhar, tudo.
Já faz algum tempo
que o Campeonato Brasileiro tem produzido campeões “desanimados” no dia do
título.
Além do
(INCRIVELMENTE ABSURDO) fato da taça ser entregue ao campeão apenas na segunda-feira
(!) seguinte a última rodada do torneio em um teatro (!!!) apenas com convidados
globais e a corja da CBF, o relativo desânimo do campeão no jogo em que consolida a conquista se
deve ao fato desta já vir sendo conquistada (e comemorada) “um pouquinho de
cada vez” rodadas antes.
Em outro post em que
falei disso, usei o exemplo do Fluminense campeão do ano passado:
“O Tricolor era quase campeão na 32ª
rodada. Praticamente campeão na 33ª. Virtual campeão na 34ª. Quando de fato
foi, na 35ª, o torcedor já tinha comemorado um pedacinho por semana. Sobrou
pouco pro glorioso dia.”
É isso.
Sob a
desculpa dos fãs de pontos corridos que dizem que neste formato temos várias
finais, ficamos com uma baciada de decisões que valem um pouquinho cada.
O campeão
usa gerúndio e “vem sendo campeão” a cada dia que passa.
Homeopático.
Assim como
as campanhas de vacinação do Zé Gotinha.
Hoje, se o
Cruzeiro ganha, o torcedor celeste toma a “primeira dose” do título.
Ao
Botafoguense, que não tem culpa do Cruzeiro ter aberto esta vantagem com tanta
facilidade (já que o venceu no primeiro turno), cabe tentar evitar que a “aplicação”
comece hoje.