segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Bonde do “vou-não-vou”

Deve fazer mais ou menos uns dois anos que falei sobre uma característica muito curiosa do Campeonato Francês. Toda temporada forma-se um bolo de uma dúzia times no meio da tabela separados cinco ou seis pontos.

Equilíbrio que pode ser interpretado positiva ou negativamente, depende de quem vê. E aí é melhor confiar na visão de quem acompanha sempre. Confesso não assistir tantos jogos da Ligue 1 assim (rs), por isso prefiro não cravar o quão ruim ou boa é a competição.

Mas agora aconteceu o mesmo por aqui, no nosso Brasileirão.

E do nosso quintal podemos falar com bem mais propriedade.

Do 5º ao 15º lugar da tabela temos onze times separados por apenas cinco pontinhos. Daí essa bagunça que se dá a cada rodada.

O G4 tá lá, cheio de tropeços de Botafogo, Grêmio e Atlético-PR, esperando que alguém novo chegue pra briga, e a galera do miolo não chega de jeito nenhum na casa dos 40 pontos.

Pra alguns, a condição já está mais do que boa. Vitória (6º), Goiás (10º), Bahia (11º) e Portuguesa (12º) adorariam que o campeonato acabasse hoje. Pro Atlético-MG (5º), que já tem vaga garantida na Liberta, tanto faz. Mas tem gente por ali que ainda quer vender a ideia da luta pela Libertadores em 2014, casos de Internacional (7º), Fluminense (8º) e Santos (9º). O Colorado passa a sensação de que já está com 34 pontos faz uns três meses. Incrível como o time de Dunga estagnou na pontuação. O Fluminense já tá feliz de ter matado de vez qualquer ameaça de queda. Joga sem tanta preocupação e não perde faz tempo. E o Santos se esforça em cima de suas limitações. Pontuou mais do que se imaginava, principalmente após a “excursão” em Barcelona.

Já para Corinthians (13º), Coritiba (14º) e Flamengo (15º) a palavra é decepção. O futebol do atual campeão mundial simplesmente desapareceu nos últimos meses. Chance de vaga de Libertadores agora só é considerada real via Copa do Brasil. O Coxa enganou muita gente. Foi o time que ficou mais tempo invicto, liderou, Alex deu show. Mas de uns tempos pra cá não ganhou de mais ninguém e conseguiu ser goleado pelo rebaixado Naútico. No Mengão, se arrependimento matasse, tava todo mundo debaixo da terra após a passagem de Mano Menezes. Agora, com o fator “treinador amigão” do Seu Jaime, as coisas prometem dar uma leve melhorada.

De todo esse bolo, alguém vai pra Libertadores? Talvez. O Botafogo parece que morreu. O Grêmio é sempre aquele “imortal” que pode morrer a qualquer momento. E no Atlético-PR a gente “confia desconfiando”. Mas ainda assim é preciso que alguém decida brigar de verdade e emendar pelo menos umas três vitórias seguidas. Quem não desgarrar desse bolo até a metade de outubro, vai morrer abraçado com o resto do povo.

Considerando que hoje o único “invencível” do Brasileirão é o Cruzeiro, nenhum dos postulantes a G4 tem desculpa pra perder até novembro, com a única exceção do Cruzeiro x Fluminense de 16/10.

De todo esse bolo, alguém vai cair? Difícil. Diria que o Z4 está quase fechado. A Ponte Preta joga amanhã em casa contra o Naútico pra alcançar o número de jogos do resto. Se fizer a obrigação e vencer teremos um Z4 com o Naútico já virtualmente rebaixado; Vasco, Criciúma e Ponte empatados com 25 pontos; e o São Paulo logo à frente com 27. É muito difícil que alguém fora dessa briga caia.
 
Sendo assim esse “Bonde do vou-não-vou” no meio da tabela tem que decidir o que quer da vida.

Por hora, só tem nos rendido jogos fracos e arrastados.

A parte de cima da tabela tá lá. Toda se oferecendo.

Basta alguém se candidatar “pra valer”.