sexta-feira, 9 de março de 2012

Ei, você aí, me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí...

Tentei resistir por algum tempo, mas não aguentei.

Vou ter que falar sobre a "audaciosa estratégia" do Palmeiras para contratar o meio-campista Wesley, ex-Santos.

Alguns times já cogitaram esse tipo de ação em algumas oportunidades.

Cogitaram.

Um dos casos que ficaram mais famosos foi a tentativa do Corinthians em repatriar o volante Cristian junto ao Fenerbaçe da Turquia.

Mas como ressaltei duas linhas acima, até hoje os clubes apenas cogitavam esse tipo de coisa.

Depois de uma simples reuniãozinha com três ou quatro cabeças pensantes ficava claro o quão absurda era ideia.

No entanto no Palmeiras, parece que não rolou.

Mas vamos lá gente, falando sério sobre o assunto.

Sem rir hein?

Por que pedir dinheiro pra torcida, afim de conseguir contratar um jogador, não dá certo?

Porque as pessoas geral, mesmo que às vezes não pareça, ainda sabem que futebol não é vida real.

Mas que seu suado dinheirinho é.

Eu sei, tem louco pra tudo e a arrecadação já passa das centenas de milhares.

Mas não vamos focar nos extremistas.

Vamos falar de gente normal, assim como eu e você.

Gente que gosta de futebol mas não vai levar prejuízo com isso.

Até porque vamos combinar né gente, estamos falando do Wesley.

Que é só o Wesley.

Poderia até me esforçar pra entender uma força tarefa dessas pra trazer o Messi.

Um cara que daria certeza de retorno institucional, financeiro e técnico.

Alguém que vai engrandecer o clube em todos os sentidos.

Mas arrecadar 21 milhões de reais para trazer o meia-volante Wesley, de performance apenas mediana no poderoso Werder Bremen da Alemanha, me parece um pouco (só um pouco) insano.

E é engraçado que o jogador também declara a vontade de vir, apoia a ideia, mas nem pensa em ajudar a pagar a própria multa recisória.

Não quer rescindir? Ajuda a pagar malandrão.

Ah, a vontade de voltar não é tanta assim né? Tá certo.

Falam também em um modo mais organizado de se fazer algo desse tipo, como garantir retorno a quem colaborar assim que o jogador voltar a ser vendido.

Mas o clube é capaz de garantir um retorno superior ao investido?

E se o jogador repatriado encerrar a carreira no clube, quem paga os investidores?

Por que eu colocaria meu dinheiro em algo tão imponderável quanto o futebol?

E mesmo que investisse, escolheria esse jogador?

O Wesley se tornou um jogador de bom nível no time do Santos de 2010.

Foi muito importante para o time em jogos-chave como o de volta das quartas da Copa do Brasil contra o Atlético-MG na Vila, e no primeiro joga da final do Paulista, contra o Santo André.

Sua ausência aliás foi muito sentida na segunda partida desta mesma final.

Mas existem 174 Wesleys só no Campeonato Paulista.

E nenhum custa 21 milhões, posso garantir.

Só que o Palmeiras, munido do desespero de anos sem grandes títulos, tem se especializado nesse tipo de negociação.

Kléber, O Gladiador, e Valdívia estão aí e não me deixam mentir.

Não raras vezes o clube vendeu um jogador por um preço abaixo do ideal, para comprá-lo de volta mais caro pouco tempo depois.

E até onde sabemos, o fluxo de caixa do Palmeiras não permitiria esse tipo de extravagâncias.

Sou do time do "tem dinheiro o suficiente pra comprar, compra; não tem, não compra".

Mas é futebol né gente, o lugar onde se compra jogador sem ter dinheiro nem pra conta de luz.

Aliás, não se surpreenda se, nos próximos dias, o Palmeiras anunciar que milagrosamente conseguiu o dinheiro.

Assinar com o Werder e se comprometer a pagar pouco tempo depois.

Coisa que os alemães, ao que tudo indica, não aceitariam.

Pelo bem do Palmeiras, torço pra que essa ideia de girico naufrague.

E, pelos que doaram, espero que já exista o meio mais eficiente de devolver a grana caso não dê certo, e não tenham esquecido esse pequeno detalhe fazendo todos que doaram pagarem por nada.

Não duvide.