quinta-feira, 11 de julho de 2013

Tem como não amar o futebol?

E o jogo de ontem, hein? Rapaz, que show. 

Num país onde o Chatileirão se arrasta até dezembro, temos poucas chances de assistir a grandes jogos como os de Libertadores.

E o Galo tá garantindo nosso entretenimento esse ano.

Buscou uma heroica (e talvez inédita, não tenho certeza) vitória em La Paz, deu shows dignos de Globetrotters nos confrontos contra o Arsenal de Sarandí, deitou nos confrontos contra o São Paulo, proporcionaram emoção extrema e desnecessária contra o Tijuana e ontem... ah, ontem o bicho pegou.

Dá pra dividir o que aconteceu nesta quarta em pelo menos quatro capítulos.

Capítulo 1 – O “Fervo”

O Galo começou o jogo do jeito que todo mundo queria. Igualzinho ao 4x1 no São Paulo. Correria, verticalização, agressividade (no bom sentido). O gol aos 3’ foi um prêmio pra quem entrou em campo do jeito certo. Eram portanto 90 minutos pra se buscar um gol, e não mais dois. O Independência era uma panela fervendo. Um sistema pulsante que contagiava a todos.

O Atlético conseguiu encurralar totalmente os argentinos. Sem saída de bola, o Newell’s quase tomou logo em seguida o segundo gol, e foi inofensivo até mais ou menos a metade do primeiro tempo. 

Momento em que começou o segundo, maior e mais aflitivo capítulo desta história.

Capítulo 2 – O marasmo e o desânimo desesperador

O ritmo que o Atlético imprimiu no início do jogo é daquele tipo impossível de se manter por 90 minutos. É normal. Mesmo na goleada contra o SP houve um momento de leve queda.

Acontece que o Galo inexplicavelmente deixou essa “curva baixa de rendimento” virar marasmo. Beirou o desânimo. Sem sentido nenhum, já que ainda era necessário apenas um gol para se manter vivo.

E o Newell’s obviamente cresceu. Chegou na semifinal e é um bom time, oras. E aí começou a bater desespero. Se os caras marcassem um gol, acabava o sonho. Gilberto Silva decidiu ser Durval por um dia e quis tentar ligação direta com o ataque em todos as vezes que pegou na bola. Dava a impressão que faltavam três minutos pra acabar. Afobação total e sem motivo aparente. E foi-se assim até os trinta minutos do segundo tempo (quando começava-se a de fato ter razões pra se desesperar).

Até que surgiu a luz no fim do túnel. Ou melhor, sumiu a luz.

Capítulo 3 – Pro Galo acordar basta a luz voltar a raiar

Estávamos aos 32’ da segunda etapa quando as luzes da região do gol defendido por Victor se apagaram. 

Jogo paralisado.

Depois de pouco menos de 15 minutos a partida recomeçou com um Atlético muito mais parecido com aquele do início do jogo. E aí veio o segundo prêmio. Numa bola despretensiosa que a defesa do Newell’s porcamente rebateu pra entrada da área, Guilherme acertou um belo chute no canto.

Pronto. O suposto “milagre” (nunca achei que era pra tanto) foi alcançado e o Atlético levou a decisão pros pênaltis.

Era hora do capítulo final desta aventura.

Capítulo 4 – Quando é pra ser...

Quando divulgou-se que entre os batedores atleticanos estaria o nobre lateral/zagueiro/volante/ala/meia/ruim em tudo Richarlysson, todos, eu disse TODOS, tinham certeza de pelo menos um pênalti perdido pelo Galo.

Não deu outra.
Aliás, deu outra sim. Outra penalidade muito mal batida, desta vez por Jô.

O Newell’s também perdeu bisonhamente duas cobranças e Ronaldinho converteu a 5ª batida. A última cobrança estava na conta de Maxi Rodriguez, melhor jogador do time, mais rodado, com experiência em Champions League, Copa do Mundo e tudo mais.

Mas ontem não tinha jeito amigos, era pra ser dos caras.

O futebol tem disso.

Em 2011 uma certa quarta-feira digna de bruxaria tirou do caminho do Santos todos os rivais brasileiros que poderiam atrapalhar o tri praiano.

Em 2012 Cássio fez uma defesa inacreditável no lance com Diego Souza.

E esse ano Victor pegou o histórico pênalti do último minuto contra o Tijuana. Não satisfeito, ontem parou também Maxi Rodriguez.

Todo fã de futebol é maluco por histórias como essa que o Galo tá construindo.
E até quem não é tão fã, entende um pouco melhor a gente depois de jogos como esse.

Modernizado, com bandeira eletrônica, chip na bola ou o diabo que for, o futebol nunca nos deixará sem essa essência, esse espírito.

Já estou ansioso pelos jogos contra o Olímpia. 

"O Galo Das Américas", toda 4ª, na FOX
Serão os capítulos finais da última “temporada” deste ótimo “seriado” que estamos assistindo. “O Galo Das Américas”.

Tomara que o personagem pra quem estou torcendo se dê bem no final. 

Até pra que possamos ter uma outra série, mais “internacional” ainda, pra assistir em dezembro.