Não precisamos repetir aqui o quão apaixonados somos por futebol. Desde sempre e até nos piores momentos.
Mas vamos combinar que quando a bola ajuda a gente a gostar ainda mais, facilita, não é verdade?
E nesses últimos tempos parece que ela decidiu se superar ano a ano. Como quem tenta "limpar a barra" conosco. Pagar todos os seus débitos e tirar o nome do SERASA.
E não satisfeito em quitar seus débitos, ainda tem deixado grandes histórias de troco.
Depois que virou o milênio, Palmeiras e Vasco viraram motivo de chacotas por em uma década terem vencido apenas um Estadual e uma Série B (ou seja, nada). Receberam nesta nova década uma Copa do Brasil para iniciarem um "renascimento".
Se o Santos tinha de conviver com provocações por ter Libertadores que já haviam "caducado", o Corinthians por sua vez era piada pronta e repetitiva por nem estas possuir. Por intermédio de Neymar e Tite, estas dívidas também foram pagas e renderam lindas histórias para o nosso futebol.
Ontem teve final de Libertadores.
E mais uma vez o final feliz pro personagem que sofria prevaleceu.
Precisa ser muito grande pra passar quatro décadas sem grandes títulos e continuar gigante.
O Atlético é, sempre foi e sempre será um dos principais clubes do Brasil.
Precisou esperar muito, esperar demasiadamente pela sua vez. Mas ela chegou.
Sobrou pro Atlético de Cuca quebrar a "Maldição do Melhor Líder".
Simbólico, não podemos negar.
Ambos marcados por "jogarem como nunca e perderem como sempre", deram as mãos e juntos conquistaram. Parece até coisa de filme. Personagens, enredo, reviravoltas, eminente vitória do "vilão".
Em todas as fases da competição o Galo empolgou. Seja pelo futebol bonito, como no grupo e nas oitavas, pela irresponsabilidade convertida em milagre, como nas quartas, ou pelo heroísmo das semis e da grande final.
De Victor a Tardelli, de Marcos Rocha a Bernard, de Pierre a Jô, de Leonardo Silva a Cuca, de Leandro Donizete a Réver, de Alexandre Kalil a Ronaldinho Gaúcho.
Do Horto ao Marrocos.
O melhor Atlético-MG de todos os tempos renovou a fé de toda a massa atleticana no futebol, no esporte e na vida.
Quem não é Galo ganhou mais uma grande história do futebol pra contar pros netos.
E o futebol brasileiro amanheceu ainda maior hoje.
Nenhum país tem nem nunca terá dez campeões continentais.
A galera das manifestações realmente estava certa.
Depois de um longo e intenso inverno de 42 anos, o gigante acordou.
Bom dia Galo. Seja bem vindo de volta.