terça-feira, 2 de julho de 2013

Confederations Cup – Final Round

Pronto, agora que o sangue desceu e vocês já comemoraram o feito de nossa Seleção, podemos conversar um pouco sobre esse grande jogo do último domingo.

O que devemos concluir?

Somos os melhores do planeta?

A Espanha é que virou uma porcaria?

Nem uma coisa nem outra?

O Cavalieri vai estrelar um pornô?

Vamos falar um pouco de tudo isso agora (exceto desta última questão).


Pois bem, o que vimos no jogo realmente deixa qualquer torcedor otimista pra uma Copa do Mundo. O Brasil apresentou uma postura tática digna de campeões. Anulou quase que em sua totalidade as infiltrações espanholas e foi agudo atacando pelos lados, principalmente pelas costas de Jordi Alba, lateral mais ofensivo do escrete do Rei Juan Carlos.


Um 3x0 é sempre um 3x0. Não tem derrota polêmica por 3x0. Você foi atropelado e ponto final. Os gols do Fred, do Neymar e do David Luiz (sim, aquele lance incrível é um gol). As defesas do Julio Cesar (quando já tava 3x0, o que não diminui os lances), o pênalti perdido pelo Sergio Ramos, a cara de constrangimento de Fernando Torres por ter “ganho” a chuteira de ouro do Fredão. Tudo foi lindo, empolgante, relembrou outros tempos de Seleção Brasileira.

Esse renovado grupo conseguiu no domingo fazer o que a “nova moda do futebol mundial” Alemanha tem tentado desde 2008. Lançar uma geração talentosa e vencer alguma coisa.

Não somos o melhor time do planeta. Felipão não virou Rinus Mitchell (que perde em Copas para o Bigode, só pra deixar o contraponto). Mas temos um time bom pra caramba. Se em 2010 tivemos de “lamentar” a ausência do Elano no mata-mata da Copa, hoje a condição é inegavelmente melhor.

Diga lá, com exceção do Hulk, de que titular você discorda TOTALMENTE? Provavelmente nenhum. Há quem não goste tanto do Julio César, do Daniel Alves, do Luiz Gustavo e até do Oscarzinho. Mas ainda esses são atletas de qualidade e muito dificilmente serão “responsáveis” por uma possível derrota do time no futuro.

E entre os inquestionáveis estamos bem servidos.Que que foi a bola que jogou o Marcelo? E o Monstro Paulinho? E o Fredão Brocador? E o Menino Ney? Todos ARREBENTARAM. Mostraram que quando é pra valer podem dar MUITO pela Seleção. Até mesmo contra times bem mais badalados (ainda?), como a Espanha.

Aliás, deixem-me gastar um parágrafo pra falar do Time do Hino Sem Letra. A Espanha é um puta time. Joga muita bola. Tá cheio de craques. Mas ninguém se mantém no topo do futebol moderno mundial por mais de quatro anos. Os clubes são prova disso. O Barcelona também. Até aqui no Brasil o desde 2009 muito forte Corinthians começa a “arriar a bateria”. Por isso é normal que a Fúria e todo o futebol espanhol vivam essa “curva baixa” de desempenho e resultados. Ainda estão no grupo dos principais candidatos à final da Copa ano que vem. Só que não mais isolados num degrau destacado.

Mas voltando ao nosso quintal, agora o negócio é o seguinte: precisamos refinar o entrosamento desse time com jogos grandes. Sofremos neste ciclo o enorme prejuízo que representa não disputar eliminatórias. Temos de correr atrás por outros meios. As eliminatórias sul-americanas têm número de participantes ímpar. Um grupo das europeias (aliás o da Espanha) também. O que significa que em toda rodada alguém fica de fora e poderia fazer um amistoso. Enfim, existem alternativas pra não ter de jogar contra o Azerbaijão.

Esses caras já mostraram tesão em jogar com essa camisa. Era o que cobrávamos, não era?

Pois então, agora vamos com outra condição pra essa Copa.

Vencer é outra história. Não cobrem essa certeza só porque vencemos a Copa das Confederações. É injusto (e não muito inteligente).

Mas fique feliz. Neste fim de semana você ganhou muito mais do que um torneio comercial da FIFA.

Ganhou mais um time pelo qual vale a pena torcer.