As grandes equipes lançavam a campo seus melhores valores da base, revelavam talentos reais para todo o país e realizavam uma disputa que sempre atraiu a atenção de todos.
Se não era equivalente a um título dos profissionais, servia para engrandecer o clube e envaidecer a torcida.
No entanto os tempos são outros e agora o que manda é só o dinheiro (diferente de quando o que mandava era também o dinheiro).
A Copinha de hoje é bem diferente. Enfim, fazendo jus ao seu apelido no diminutivo.
E provo isso facilmente.
Hoje, a Copa São Paulo de Juniores é uma aberração de 96 clubes, divididos em mais de vinte grupos espalhados pelo estado.
Destes quase cem times, 64 voltam pra casa após uma semana. Muitas vezes numa situação pior, depois das despesas de viagem.
Algumas destas equipes passam mais tempo na estrada do que na competição.
E isso tudo por quê?
Porque a vontade de abranger o máximo de interesses possíveis é maior do que o desejo de implantar qualidade à competição.
A competição se transformou em uma gigantesca vitrine (não a de shopping, a de açougue mesmo), expondo mercadoria barata.
Na edição deste ano, mais um show de goleadas em pobres coitados, gramados pantanosos e tempo perdido.
Ao final da fase de grupos, poucos clubes heróicos (os que nem são grandes, nem são de empresários) sobreviveram entre os 32 que vão para o mata-mata.
Contudo não devem passar deste fim de semana.
Uberlândia, São Carlos e Taubaté, por exemplo, tem pela frente a disputa desleal contra os empresariados Olé Brasil, Red Bull Brasil e Primeira Camisa.
O Desportiva Brasil é mais um do grupo endinheirado que pode brigar pelo título este ano.
Os grandes clubes; mesmo com as
Cruzeiro, Palmeiras, Santos, Corinthians, Fluminense, Coritiba, Botafogo e Grêmio são os que se destacam e, se nenhum S/A ou Ltda. levar a taça, é desse grupo que deve sair o campeão.
A partir das oitavas devemos ter jogos mais interessantes, dignos de serem acompanhados com mais atenção. Com 32 ainda tem muita baba disfarçada de time.
Quando as semifinais estiverem definidas, volto com uma análise dos candidatos ao título.
E após a final, um texto para o campeão.
Até lá, só podemos desejar aos meninos, que são os que menos têm culpa, força, e, se chover, tração nas quatro rodas.
Boa sorte molecada!