quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O capanga

Ontem tivemos um novo protesto dos jogadores em prol do movimento Bom Senso FC.

A “Noite dos Braços Cuzados”, como tem sido chamada, foi notícia em todo o país e um caso específico chamou ainda mais a atenção.

No jogo entre São Paulo e Flamengo, em Itu, Alício Pena Júnior ameaçou dar cartões amarelos a todos os jogadores que cruzassem os braços quando o jogo fosse iniciado.

A alternativa encontrada foi incrível. Os dois times ficaram por quase um minuto mandando a bola de um lado para o outro, sem disputa, enquanto o bobão lá fazia papel de tonto correndo de um lado para o outro.

No entanto, apesar do orgulho pela mobilização dos atletas, o caso específico de Alício nos deixa uma séria preocupação.

Alício Pena Júnior recebeu, pouco antes da partida começar,  orientação superior para punir quem cruzasse os braços no momento do apito inicial.

O que prova que a CBF pode contatar qualquer juiz, antes de qualquer jogo e passar-lhe orientações conforme achar conveniente.

Vocês percebem a gravidade disso?

Quem me garante que os árbitros não recebem outras orientações em outros jogos?

Quem me garante que determinados critérios adotados nos jogos não foram impostos pela CBF via fone?

Quem intermédia essa comunicação?

Muito mais do que discutir a atitude de Alício, precisamos ir atrás de saber o que há por trás da relação entre arbitragem e CBF.

Ontem, com essa orientação esdrúxula, a Confederação fez de seu árbitro uma figura digna do respectivo nome do meio.

O expôs na condição de capanga para realizar seu trabalho sujo.

Faltou bom senso.