segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Decidiu o título, mas não apareceu no pôster

Enquanto a mãe do Robinho passeava com os
sequestradores em 2004, o vovô Basílio teve que resolver
Como sempre diz o pofexô Vanderley, todo time campeão vai pra final precisando de um dos seus reservas.

Invariavelmente, durante a caminhada, algum titular é vendido, se machuca ou é suspenso. Nessa hora é que o treinador precisa de um reserva de confiança, que não vai colocar todo o trabalho a perder.

Num primeiro momento, a expectativa é de que o cara entre e não comprometa. Faça o arroz com feijão.

Mas às vezes somos surpreendidos, e esse cara que saiu do banco desacreditado vai lá e decide o campeonato.

Entre os grandes paulistas lembro de quatro boas histórias pra contar aqui.

Dinei e o Corinthians campeão brasileiro de 1998

O agora ex-fazendeiro e bianualmente candidato a alguma coisa Claudinei Alexandre Pires, vulgo Dinei, havia em 1998 voltado ao Corinthians, clube que o revelou, após uma temporada interessante no Guarani em 1997.

Atuou em vários jogos durante a temporada, em geral entrando no segundo tempo (era reserva do Mirandinha). Não fez nada de mais o ano inteiro.

Aí chegou o mês de dezembro, e com ele as finais do Brasileirão.

Primeiro jogo em Minas Gerais, Corinthians levando 2x0 do Cruzeiro e no segundo tempo Luxemburgo põe o Dinei. O camisa 18 marca um e dá a assistência pro gol de Marcelinho. Final de jogo 2x2.


Segundo jogo no Pacaembu, 0x0 e no segundo tempo Luxemburgo põe o Dinei. E ele novamente dá a assistência pra o gol de Marcelinho no empate em 1x1.



Terceiro e último jogo no Pacaembu, 0x0 no placar e no segundo tempo Luxemburgo chama quem? Dinei. Resultado, uma assistência pro gol de Edilson e outra pro gol de Marcelinho Carioca. 2x0, Corinthians campeão com Dinei participando diretamente de TODOS os gols. Que me desculpe o Mirandinha.



Moraes "Guerreiro" e o Santos campeão paulista de 2007

O Santos tinha um belo de um time no primeiro semestre de 2007. Mesmo carente de uma dupla de ataque mais efetiva, tinha vários jogadores vivendo grandes momentos (Fábio Costa, Kléber, Maldonado, Rodrigo Souto, Cléber Santana, etc) liderados por um craque como o meia Zé Roberto.

A campanha na primeira fase do Paulistão foi um atropelamento. Venceu 16 e empatou duas das 19 partidas.

Nas semis o adversário era o Bragantino. Com uma inesperada dificuldade, o Santos se classificou após dois 0x0’s, devido a regra da melhor campanha. Na final, era vez do São Caetano, embalado após uma goleada em cima do São Paulo em pleno Morumbi na fase anterior.

Os dois jogos da final foram realizados no Morumbi. No primeiro uma péssima atuação santista culminou em um 2x0 para o time do ABC paulista. No jogo de volta pressão total do Santos que conseguiu abrir o placar com Adaílton, ainda no primeiro tempo, após escanteio batido por Pedrinho.

Mas ainda faltava um gol para igualar o placar do primeiro jogo e levar a taça. Luxemburgo (sempre ele) olha pro banco e chama o menino Moraes, filho de Aluísio Guerreiro, para entrar no lugar de Jonas, hoje no Valencia-ESP.

E a nove minutos do fim do campeonato, Kléber levantou na área, Moraes subiu, e deu o 17º Paulistão ao Santos.



Betinho e o Palmeiras campeão da Copa do Brasil de 2012

Já a nossa história palmeirense de um reserva decisivo é bem mais recente e acabou de fazer três meses no último dia 19. 

O Palmeiras havia conseguido, depois de muitos anos, chegar a uma final de Copa do Brasil após eliminar o Grêmio nas semifinais.

Os comandados de Felipão deram liga e formaram uma espinha dorsal muito sólida com Thiago Heleno, Juninho, Henrique, Marcos Assunção, Valdívia e o artilheiro palmeirense na competição, Hernán Barcos.

Eis que, às vésperas da primeira partida final contra o Coritiba, Barcos sofreu uma crise de apendicite (tem coisas que só no Palmeiras mesmo) e passou por uma cirurgia de emergência que o tirou das partidas finais.

Era a chance de seu reserva, Betinho, se consagrar.

Na primeira partida foi discreto, mas não fez falta. O Palmeiras fez 2x0 e conseguiu boa vantagem pra ir ao Paraná.

No segundo jogo, na base da pressão, o Coxa abriu 1x0 no segundo tempo. O Couto Pereira se inflamou e o Coritiba a partir dali iria com tudo pra cima do Verdão tentando chegar ao gol que levaria a disputa pros pênaltis.

Iria. Betinho marcou o gol do título quatro minutos depois, calou o estádio e o Palmeiras foi campeão da Copa do Brasil 2012.



Mário Tilico e o São Paulo campeão brasileiro de 1991

Zetti, Ricardo Rocha, Ronaldão e Antônio Carlos; Cafu, Bernardo, Elivélton, Raí e Leonardo; Müller e Macedo. Esse era o São Paulo titular que foi campeão do Brasileirão de 1991 contra o Bragantino de Carlos Alberto Parreira.

Olhando assim os nomes, podemos pensar que foi uma dessas feras que decidiu o título contra a modesta equipe de Bragança Paulista.

Contudo a solução dos problemas tricolores teve de vir do banco. O professor Telê Santana fez, logo cedo sua primeira alteração no time. Saiu Elivélton, entrou Mário Tilico.

Depois disso, não foi necessária mais nenhuma alteração. Mário Tilico marcou aos quatro minutos do segundo tempo o gol da vitória são-paulina no Morumbi. Depois foi só segurar o 0x0 em Bragança e correr pro abraço.


Obs. do blog: O Fernando Vanucci já era toscão em 1991