quarta-feira, 26 de setembro de 2012

E por isso não idolatro Neymar

Por Felipe Noronha

Sim, esse é um texto sobre a venda do Paulo Henrique. Não estou louco. Justificarei.

Não tenho mais blog sobre o Santos, não fiquei irritado quando o Santos foi eliminado pelo Corinthians na Libertadores, não assisto jogos desde então (com 3 exceções por razões pontuais) porque resolvi focar em outras coisas. Mas senti vontade de escrever sobre esse caso, agora que acabou.

Porque, em 2010, eu quis idolatrar o Paulo Henrique. E é por isso que hoje, em 2012, eu não idolatro o Neymar.

Porque, como disse meu amigo Giovani Bissoli, ao ver vídeos dos jogos do Santos de 2010, aquele que ganhou de 10, 9, 8, 6, 5, 4, 3, 2 e 1, mas jamais de SETE (o destino é uma coisa maravilhosa), o sentimento é de um cara que acabou de se divorciar. Ou foi largado, chutado. Corneado.

Idolatrávamos aquele cara que, com a maior 10 do mundo, dava passes maravilhosos, inimagináveis. Chegamos a falar que ele era melhor que o Neymar. Puta. Que. O. Pariu. Que merda que falamos.

Enfim, esse cara eu queria idolatrar, e fiquei absurdamente triste quando, no segundo semestre de 2010, se contundiu. Fiquei realmente mal (em termos futebolísticos), pensando que um cara que seria meu ídolo perderia bons meses de futebol e, quem sabe, jamais seria o mesmo.

Mas o destino, meus caros, é uma coisa maravilhosa. E, como Robinho em 2005, ele nos traiu. Forçou a saída, a venda. Eu sempre pensei que pior que Robinho em 2005, ninguém seria. Paulo Henrique conseguiu. Negociou com o Corinthians, foi para o São Paulo. Jamais quis ficar no Santos. Jamais falou algo de bom do Santos. Jamais falou algo, na verdade, já que, todo o tempo, ficou mudo. Mentira, falou que queria valorização. Meu. Deus.

E é por isso que eu não idolatro o Neymar. Tenho medo demais de, um dia, ele acordar e resolver imitar Robinho, seu ídolo. De imitar Paulo Henrique, seu "irmão". Os dois maiores exemplos do cara no futebol são dois que traíram a instituição Santos Futebol Clube.

Não consigo enxergar Neymar fazendo isso. Mas não conseguia Robinho. Nem Paulo Henrique. Vai saber.

Por favor, moleque, fica. E humilhe seu "irmão" toda vez que enfrentá-lo. E, se der, dá um pisão no joelho bichado. Aí eu idolatro sem medo.

Talvez seja por isso que eu amo esse time. Pra ficar aqui e ser ídolo tem que gostar muito. Como nos odeiam...

Vestir essa porra não é pra qualquer um. Mais um tremeu e fugiu.

E de medrosos jamais precisamos.

*Felipe Noronha quer Molina de volta com a 10 do Santos.