Esperei um pouco mais pra falar sobre a saída de Felipão no Palmeiras.
Algumas coisas pareciam mal explicadas, nebulosas.
Mas no fim das contas foi uma saída de treinador como qualquer outra.
Realmente existiam problemas graves entre grupo e treinador.
Principalmente pelo modo que Felipão reclamava da qualidade técnica do grupo
pra imprensa.
Jogador nenhum tolera isso.
Felipão é um dos maiores treinadores do País sem dúvidas. Mas nem Rinus
Mitchell vencia jogos sem um time ao seu lado.
A diretoria palmeirense tinha dois caminhos pra escolher. O mais
difícil, que seria prestigiar o treinador e aplicar sanções aos jogadores
rebeldes (mesmo correndo o risco de perder o resto do grupo), ou o sempre usual
caminho mais fácil de trocar o treinador.
O clássico contra o Corinthians neste domingo era o momento perfeito
para este grupo dar sua "resposta" e mostrar que, o tempo todo, o
problema não era técnico, mas sim o técnico.
Normalmente, grupos que derrubam técnicos dão essa resposta na rodada
seguinte seja contra quem for. É questão de honra pros caras. Além de ser uma
obrigação moral para com diretoria e torcedores.
Você apontou o problema e nos livramos dele, agora nos dê a solução.
Esse é o sistema.
Terminou a pouco Palmeiras e Corinthians no estádio do Pacaembu. Os
alvinegros venceram por 2x0 e deixaram a situação do Verdão ainda mais crítica.
O problema realmente era (e ainda é) técnico.
Pelo clima que existia no grupo, unido ao nítido desânimo que Felipão
demonstrava nos últimos tempos, não se pode condenar totalmente a diretoria.
Optaram pelo caminho dos medíocres, mas em parte, isso se deve ao
desespero.
Momentos extremos por vezes exigem medidas extremas.
Entre nós existem os que fariam diferente e outros que fariam o mesmo. Mas isso não é o principal.
Hoje, após o clássico, percebe-se que a saída de Felipão pode ter
sido aquele último "choque de desfibrilador" quando o corpo da vítima
já não responde mais.