domingo, 16 de setembro de 2012

A última pá de terra

Esperei um pouco mais pra falar sobre a saída de Felipão no Palmeiras. Algumas coisas pareciam mal explicadas, nebulosas.

Mas no fim das contas foi uma saída de treinador como qualquer outra.

Realmente existiam problemas graves entre grupo e treinador. Principalmente pelo modo que Felipão reclamava da qualidade técnica do grupo pra imprensa.

Jogador nenhum tolera isso.

Felipão é um dos maiores treinadores do País sem dúvidas. Mas nem Rinus Mitchell vencia jogos sem um time ao seu lado.

A diretoria palmeirense tinha dois caminhos pra escolher. O mais difícil, que seria prestigiar o treinador e aplicar sanções aos jogadores rebeldes (mesmo correndo o risco de perder o resto do grupo), ou o sempre usual caminho mais fácil de trocar o treinador.

Pois bem, se com Felipão esse time não chegaria onde precisa pelas mais variadas razões, a expectativa era o que conseguiria sem Luiz Felipe.

O clássico contra o Corinthians neste domingo era o momento perfeito para este grupo dar sua "resposta" e mostrar que, o tempo todo, o problema não era técnico, mas sim o técnico.

Normalmente, grupos que derrubam técnicos dão essa resposta na rodada seguinte seja contra quem for. É questão de honra pros caras. Além de ser uma obrigação moral para com diretoria e torcedores.

Você apontou o problema e nos livramos dele, agora nos dê a solução. Esse é o sistema.

Terminou a pouco Palmeiras e Corinthians no estádio do Pacaembu. Os alvinegros venceram por 2x0 e deixaram a situação do Verdão ainda mais crítica.

O problema realmente era (e ainda é) técnico.

Pelo clima que existia no grupo, unido ao nítido desânimo que Felipão demonstrava nos últimos tempos, não se pode condenar totalmente a diretoria.

Optaram pelo caminho dos medíocres, mas em parte, isso se deve ao desespero.

Momentos extremos por vezes exigem medidas extremas.

Entre nós existem os que fariam diferente e outros que fariam o mesmo. Mas isso não é o principal.

Hoje, após o clássico, percebe-se que a saída de Felipão pode ter sido aquele último "choque de desfibrilador" quando o corpo da vítima já não responde mais.