quarta-feira, 21 de março de 2012

Entre outras quatro linhas #10 - Vôlei

A Superliga 2011-12 de Vôlei começou dia 09 de dezembro de 2011.

Mas só vou falar dela agora.

Porque, pelo menos no feminino (nosso assunto de hoje), enfim chegamos aos finalmentes.

Esperava que Rio de Janeiro, Osasco, Vôlei Futuro e Minas se livrassem da rapa pra poder falar de vôlei de qualidade (que a torcida do Vôlei Macaé me perdoe).

E a Superliga Feminina chegou agora às semifinais.

Já temos os nomes das equipes.

Rio de Janeiro, Osasco, Vôlei Futuro e Minas.

Vejam só vocês.

Mas sarcasmos à parte, agora o bicho pega de verdade.

Vou falar pra vocês um pouco de cada uma das quatro equipes.

Como chegaram até aqui, seu principal destaque e o que esperar do confronto semifinal.

Ah, e no começo de abril farei o mesmo com o masculino.

Primeiro as damas.

Comecemos pela equipe do Osasco, líder da fase de todos contra todos.

A equipe da Grande São Paulo perdeu, nos dois turnos, apenas três de 22 jogos. Ficou um ponto à frente da sempre badalada equipe do Rio de Janeiro, o que por si só é um feito de gostinho especial. Na fase de quartas de final, enfrentou o oitavo colocado da classificação geral. E venceu a equipe de São Bernardo por dois jogos a zero na série melhor de três. Três sets a zero em Osasco, três sets a um no ABC paulista. Tem em Jaqueline sua principal pontuadora e estrela. A campeã pan-americana, mundial e olímpica acumula ainda a função de capitã da equipe. Adenízia e Tandara são as coadjuvantes de luxo da equipe que ainda não engoliu perder Natália, jogadora de maior identificação com o clube, para seu maior rival, o Rio de Janeiro de Bernardinho. Na semifinal, o Osasco enfrentará a equipe do Minas. É favorito e jogará duas em casa (se necessário), mas não dá pra dizer que são favas contadas.

A equipe do Minas se classificou em quarto lugar e teoricamente é a mais fraca das quatro que chegaram até aqui. Perdeu seis das 22 partidas da fase de todos contra todos, e teve três vitórias a mais que seu rival das quartas de final, o SESI. Mesmo assim, terminou o segundo turno apenas um ponto à frente da equipe paulista. Isso porque boa parte das vitórias mineiras foram por três sets a dois (nesse casso, ao invés de três pontos para o vitorioso e zero para o derrotado, são dois pontos pra quem ganha e um pra quem perde). Enquanto o SESI venceu algumas boas partidas por 3x0. Nas quartas, isso foi refletido perfeitamente. No jogo de São Paulo, 3x0 para o SESI. Nos dois jogos em Minas, duas vezes 3x2 para o Minas. Não não conta com nenhuma grande estrela do vôlei mundial em seu elenco. Tem Daymi e Fernanda Ísis, jogadoras com perspectivas de craques. E tem a Elisângela, que acha que ainda é craque. Ah, claro, tem a deliciosa muito competente Mari Paraíba. Para os duelos contra o Osasco, não deve dar pra sonhar muito. A equipe vai sempre muito mal fora de casa. Mas quando vence, suas jogadoras são de uma garra e raça superiores. Numa dessas alcança o milagre.

Falando agora do outro confronto, onde está o bicho-papão de Superligas, o Rio de Janeiro. A equipe treinada pelo multicampeão Bernardinho disputou, até o fim da primeira fase, a liderança geral contra o Osasco. Perdeu. Mas viu nisso um acaso e seguiu sua vida normal de clube superior. Caiu nas quartas de final contra o modesto Mackenzie, sétimo colocado geral, com a irregular campanha de onze vitórias e onze derrotas. Foi como quem ia jogar contra ninguém. Perdeu. Aí acordou pra vida. Jogou sério, fez 3x0 duas vezes e cumpriu seu dever. Se mantiver o espírito, é difícil alguém parar. O time é estrelado. Sheila, Valeskinha, Mari, Fabí, Natália. Base da seleção brasileira já faz tempo. Mas vai pegar o adversário mais forte possível, com a exceção do Osasco. É favorito, sem dúvida. Mas, dependendo de como for, não será um vexame histórico a desclassificação.

O adversário das cariocas na semi será o bom time do Vôlei Futuro. Fez ótima campanha na primeira fase, com apenas duas derrotas a mais que as potências Osasco e Rio. Venceu apenas três sets a menos que o time de Bernardinho. E teve o gancho motivador da recuperação de sua líbero norte-americana Stacy Sykora. Além dela, o resto da escalação titular impõe respeito. Walewska, Joycinha, Ana Tiemi, Carol Gattaz, Fernanda Garay e Paula Pequeno. Nas quartas de final, enfrentaram o Praia Clube de Minas Gerais (sim, praia de Minas, não me pergunte quem foi o gênio). Em dois jogos muito disputados, duas vitórias por 3 sets a 2. Precisa melhorar se quiser dar trabalho ao Rio de Janeiro. Em um dia iluminado de suas principais atletas, pode sim vencer. Correndo tudo dentro da normalidade, deve ser eliminado.

Neste sábado acontece a primeira partida entre Osasco e Minas na cidade paulista.

Na próxima quarta-feira, Rio de Janeiro e Vôlei Futuro começam a disputa por uma vaga na decisão.

Se as terceiras partidas não forem necessárias, no dia 1º de abril já saberemos o nome das finalistas. Do contrário, só no dia 07.

A primeira partida da final está prevista para o dia 14/04 se a Globo não mudar de ideia até lá.

E se tivermos na decisão o 29487º confronto entre Rio e Osasco não tem problema.

Os adversários se repetem, mas sempre proporcionam boas novas histórias.

Além de um vôlei da mais alta qualidade.