Nunca ligamos muito
pra esses papos de naturalização por aqui.
“Somos o Brasil.
Nunca precisaremos de um naturalizado e dane-se aquele que quiser se
naturalizar. É até bom que abre vaga pra outro”, pensávamos. Mas do jeito que a
coisa evoluiu neste novo milênio, tava na cara que um dia a cagada nos
alcançaria de alguma maneira.
Chegamos num momento
em que um jogador de real bom nível nos preteriu. Num momento em que o mesmo
poderia ser útil a nós. Pronto, foi o suficiente pra que todo mundo passasse a
discutir os direitos de um cara se naturalizar e jogar por outro país que não o
seu de origem.
Agora que o alvoroço
em cima de Diego diminuiu, queria deixar claro aqui o grande (e na minha
opinião, único) culpado por todas as confusões em volta do tema.
E não é nem o Brasil,
nem o jogador.
Alguns alegam que,
após os amistosos que jogou pelo Brasil no primeiro semestre, seria inconcebível Diego atuar pela
Espanha.
Thiago Motta disputou
campeonatos na base pela nossa seleção e não causou a mesma indignação ao atuar
pela Itália.
O que prova que é a
hipocrisia da conveniência que motiva o escândalo.
Diego tem tanto
direito quanto Thiago, Marcos Senna, Cacau, Amauri e tantos outros de jogar por
onde se sentir acolhido.
E o Brasil tem o
direito de procurar qualquer brasileiro espalhado pelo mundo e convidá-lo a nos
representar.
Felipão chamou, Diego
disse “muito obrigado” e optou pela Espanha.
Tudo muito respeitoso
e correto.
E aí enquanto os
defensores de ambos os lados se digladiam nas rede sociais no melhor estilo fãs
de Ivete e Claudinha, o principal responsável pela bagunça se esconde.
Sim, ela mesma, “Dona
FIFA”.
Bastaria uma
regulamentação mais clara e definitiva pra acabar com a polêmica de uma vez.
Ela é que tem de
evitar o que aconteceu com o futsal, por exemplo.
Alguém tem que parar
um pouco de contar o dinheiro pra trabalhar no que importa pra uma competição
como a Copa do Mundo.
Nações representadas
pelos seus contra o resto do mundo. Caras que façam parte
daquele povo por motivos que vão além do futebol.