quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Só pra constar

Nunca ligamos muito pra esses papos de naturalização por aqui.

“Somos o Brasil. Nunca precisaremos de um naturalizado e dane-se aquele que quiser se naturalizar. É até bom que abre vaga pra outro”, pensávamos. Mas do jeito que a coisa evoluiu neste novo milênio, tava na cara que um dia a cagada nos alcançaria de alguma maneira.

Chegamos num momento em que um jogador de real bom nível nos preteriu. Num momento em que o mesmo poderia ser útil a nós. Pronto, foi o suficiente pra que todo mundo passasse a discutir os direitos de um cara se naturalizar e jogar por outro país que não o seu de origem.

Agora que o alvoroço em cima de Diego diminuiu, queria deixar claro aqui o grande (e na minha opinião, único) culpado por todas as confusões em volta do tema.

E não é nem o Brasil, nem o jogador.

Alguns alegam que, após os amistosos que jogou pelo Brasil no primeiro semestre, seria inconcebível Diego atuar pela Espanha.

Thiago Motta disputou campeonatos na base pela nossa seleção e não causou a mesma indignação ao atuar pela Itália.

O que prova que é a hipocrisia da conveniência que motiva o escândalo.

Diego tem tanto direito quanto Thiago, Marcos Senna, Cacau, Amauri e tantos outros de jogar por onde se sentir acolhido.

E o Brasil tem o direito de procurar qualquer brasileiro espalhado pelo mundo e convidá-lo a nos representar.

Felipão chamou, Diego disse “muito obrigado” e optou pela Espanha.

Tudo muito respeitoso e correto.

E aí enquanto os defensores de ambos os lados se digladiam nas rede sociais no melhor estilo fãs de Ivete e Claudinha, o principal responsável pela bagunça se esconde.

Sim, ela mesma, “Dona FIFA”.

Bastaria uma regulamentação mais clara e definitiva pra acabar com a polêmica de uma vez.

Ela é que tem de evitar o que aconteceu com o futsal, por exemplo.

Alguém tem que parar um pouco de contar o dinheiro pra trabalhar no que importa pra uma competição como a Copa do Mundo.

Nações representadas pelos seus contra o resto do mundo. Caras que façam parte daquele povo por motivos que vão além do futebol.

Senão daqui a pouco vai ter seleção com meio time que não sabe cantar o hino.