Reconheceu o nome do famoso joguinho? Pois é amigos, eu, assim como a maioria de vocês, também joguei muito o tal do Brasfoot durante boa parte da minha adolescência.
Era um jogo bem simples e divertido. Você tinha que escalar seu time, contratar jogadores, reformar seu estádio, pagar salários e equilibrar as finanças do clube. Clicava no "jogar" e ficava torcendo pros placares irem mudando ao seu favor.
Ter um bom time e vencer os jogos era muito importante, mas o crucial para sobreviver no jogo era não contrair dívidas com uma folha de pagamento muito alta. Por vezes tive de me desfazer daquele craque por estar perto de não conseguir “honrar os compromissos”.
Infelizmente, como em todo game, chegou o dia em que um nerd maldito criou um código que dava “dinheiro eterno” e estragou o jogo.
Mas por que eu estou falando de Brasfoot? Isso aqui virou blog de games?
Não, não virou. Mas tem uma certa equipe aí que parece estar comandando seu time, com código hacker, na frente da tela de um computador.
Estou falando do Grêmio de Foot-Ball Porto Alegrense, o Tricolor dos Pampas. Como vocês sabem, o Grêmio desde 2012 é treinado por Vanderlei Luxembrurgo. E o pofexô você sabe, gosta de montar times estrelados (e caros).
No começo, foi contido, trabalhou com o que tinha e não chegou muito longe. A partir daí, começou a colocar as manguinhas de fora com as contratações de Zé Roberto e Elano. Em salários, só esses dois juntos já beiram uma milha e meia mensalmente (já arrebentaria o meu Brasfoot).
Não ganhou título nenhum e perdeu a Sul-Americana de modo quase inexplicável.
Mas pegou a última vaguinha de pré-Libertadores no Brasileirão.
Deram crédito ao cara e ele foi a farra. Mandou buscarem o Vargas no Napoli, o André Santos no Arsenal, o Cris no Galatasaray, o Barcos no Palmeiras, o Dida na Portuguesa e William José no São Paulo.
Unidos a Kléber e Marcelo Moreno que já faziam parte do elenco, os jogadores citados nesse texto se aproximam de QUATRO MILHÕES DE REAIS EM SALÁRIOS.
No Brasfoot, o único jeito de manter um time desse, pagando em dia o ano inteiro, era com um grande patrocinador aliado a um estádio com capacidade pra 155.000 pessoas que lotasse sempre.
Até onde sei não é o caso do Grêmio.
Faz tempo que Luxemburgo é conhecido por fazer os clubes que comanda gastarem mais do que podem para, quando muito, vencerem um Estadual.
Palmeiras, Atlético-MG, Santos, Flamengo...
Se bem que o conceito de “fazer gastar” é interpretativo. Nunca se teve notícia dele apontando uma arma pra cabeça de dirigente nenhum. Mas enfim...
O fato é que depois que Vanderlei sai de um clube, deixa para trás uma terra arrasada.
Pra quem se diz o “Manager Brasileiro”, o Luxa pisa bastante na bola.
Em outubro do ano passado, o jornal Diário de São Paulo divulgou uma matéria com o quanto cada clube brasileiro gasta com salários.
E o Grêmio já era segundo colocado, atrás apenas do Fluminense (quem tem muito dinheiro mesmo e nós sabemos bem o porquê). Como o Flu quase não contratou em 2013 e o Grêmio contratou muito, fatalmente hoje deve ser a maior folha salarial do Brasil.
Aí minha pergunta pro é: E depois?
Vimos os primeiros jogos da equipe na Libertadores e podemos dizer, o Grêmio não vai ganhar a competição continental. Consequentemente também não vai disputar o Mundial.
Visto que só essas competições justificam um investimento desses, a vida de Luxa no Rio Grande não deve durar mais tanto tempo assim.
Aí ele vai embora, treinar um Vasco, Cruzeiro ou algum outro que ainda queira se iludir com "o estrategista", e o Grêmio fica com o coração cheio de mágoas e um carnê cheio de páginas pra pagar.
E aí tome recisão de contratos, multas rescisórias, desmanche de elenco.
E o velho discurso de reformulação.
Tá vendo, o filme é batido, repetitivo, e ainda tem quem pague pra ver.
Torço para que o Grêmio se conscientize das atitudes administrativas que tem tomado antes que seja tarde.