sexta-feira, 6 de julho de 2012

O espírito do futebol ainda vive. E é graças a ela

Você que gosta de futebol, mesmo que só um pouquinho, tem de agradecer em todos os dias da sua vida a existência da Taça Libertadores da América.

Ela é o único resquício da emoção real do futebol que nos restou por aqui.

Que me perdoem as "finais estaduais" e as "rodadas decisivas do Brasileirão".

Mas por aqui só há uma competição que traz aquele sentimento de que “sua vida depende da próxima quarta-feira”.

É nela, e apenas nela, que ainda hoje o brasileiro corre o risco de chorar de alegria, de tristeza ou até mesmo do mais puro nervosismo em uma partida de futebol.

Só na Libertadores.

Meios de semana como o deste dia 04 de julho aconteciam pelo menos uma meia dúzia de vezes, durante o ano, em outros tempos.

Todo mundo assim, tenso, na expectativa por uma partida apenas.

Os que torcem a favor e contra as equipes envolvidas falando (de verdade, pessoalmente, sem redes sociais ou memes de provocação) apenas sobre isso o dia inteiro no trabalho, em casa, na escola, nos bares.

Acompanhando a partida, sozinho ou com amigos, como quem vê uma final de Copa (num tempo em que a Seleção era tão prioritária aos torcedores quanto os clubes).

E depois repercutindo o resultado por semanas.

No trabalho, em casa, na escola, nos bares.

Até a próxima grande decisão do ano.

E começava tudo de novo.

Esses jogos existiam (e ainda existem, mesmo que em menor número) para proporcionar a mais pura e espontânea emoção do esporte aos que os acompanham.

Por vezes causando tristeza, e em outros momentos, alegria.

Mas sempre dando a cada um a oportunidade de presenciar algo grande, histórico.

Vinte anos depois, quando aquela partida for reprisados em algum especial de televisão, você poderá dizer: “Eu estava lá e vi tudo isso acontecer, eu vivi esse momento”.

Nessa hora, a mágica do esporte entra em ação fazendo com que a imortalidade daquele momento lhe torne também um pouco imortal.

Esse é o espírito do esporte.

Esse é o espírito do futebol.

E tem alguém não deixa que ele morra há mais de 50 anos.

Obrigado Dona Libertadores.

Até 2013.