Você que gosta de futebol, mesmo que só um pouquinho, tem de agradecer em todos os dias da sua vida a existência da Taça Libertadores da América.
Ela é o único resquício da emoção real do futebol que nos restou por aqui.
Que me perdoem as "finais estaduais" e as "rodadas decisivas do Brasileirão".
Mas por aqui só há uma competição que traz aquele sentimento de que “sua vida depende da próxima quarta-feira”.
É nela, e apenas nela, que ainda hoje o brasileiro corre o risco de chorar de alegria, de tristeza ou até mesmo do mais puro nervosismo em uma partida de futebol.
Só na Libertadores.
Meios de semana como o deste dia 04 de julho aconteciam pelo menos uma meia dúzia de vezes, durante o ano, em outros tempos.
Todo mundo assim, tenso, na expectativa por uma partida apenas.
Os que torcem a favor e contra as equipes envolvidas falando (de verdade, pessoalmente, sem redes sociais ou memes de provocação) apenas sobre isso o dia inteiro no trabalho, em casa, na escola, nos bares.
Acompanhando a partida, sozinho ou com amigos, como quem vê uma final de Copa (num tempo em que a Seleção era tão prioritária aos torcedores quanto os clubes).
E depois repercutindo o resultado por semanas.
No trabalho, em casa, na escola, nos bares.
Até a próxima grande decisão do ano.
E começava tudo de novo.
Esses jogos existiam (e ainda existem, mesmo que em menor número) para proporcionar a mais pura e espontânea emoção do esporte aos que os acompanham.
Por vezes causando tristeza, e em outros momentos, alegria.
Mas sempre dando a cada um a oportunidade de presenciar algo grande, histórico.
Vinte anos depois, quando aquela partida for reprisados em algum especial de televisão, você poderá dizer: “Eu estava lá e vi tudo isso acontecer, eu vivi esse momento”.
Nessa hora, a mágica do esporte entra em ação fazendo com que a imortalidade daquele momento lhe torne também um pouco imortal.
Esse é o espírito do esporte.
Esse é o espírito do futebol.
E tem alguém não deixa que ele morra há mais de 50 anos.
Obrigado Dona Libertadores.
Até 2013.