quinta-feira, 10 de maio de 2012

A Vecchia Signora, os Reis de Portugal e Madrid voltando a ser a capital

A maioria dos principais campeonatos europeus já tem seus campeões e agora é hora de falar um pouco dos “apressadinhos”.

Hoje vamos falar um pouco da Juventus, campeã italiana depois de um longo e tenebroso inverno, desse Porto dominante na “Terrinha” e de um Real Madrid que enfim superou o Barça em La Liga.

Na semana que vem é a vez dos campeões da inglesa Premier League, da alemã Bundesliga e da francesa Ligue 1.

Até porque dois destes três últimos ainda não estão definidos.

Por enquanto, com vocês, os reis do Calcio, da Liga Sagres e de La Liga da temporada 2011-12.


Começando pelo Calcio, da (inacreditavelmente) invicta e campeã Juventus FC. A equipe de Turim entrou na temporada apostando num time defensivo e sólido, preparado para empates e vitórias magras. E Antônio Conti obteve sucesso no projeto, pois foi exatamente isso o que aconteceu. Até demais, diria. A equipe chegou à liderança no começo do campeonato jogando um futebol de mediano pra baixo. Mas sempre ganhava em casa e empatava fora. Andrea Pirlo se tornou o principal jogador do time, deixando dúvidas quanto à quão assertiva foi a diretoria do Milan ao negociá-lo. Não disputou a Liga Europa e foi caminhando bem na Copa da Itália.

Quando o Milan percebeu que a Juve era um adversário real na briga pelo título e começou a ir com tudo pra cima, em meados do segundo turno, pensava-se que os limitados alvinegros não segurariam a bronca. No entanto foi a partir daí que a Vecchia Signora apresentou seu melhor futebol. Continuou sem perder nenhum jogo (inclusive o confronto direto contra o Milan em San Siro) e passou a vencer com mais propriedade, como na goleada contra a Fiorentina em Florença.

Ao bater o bom time do Napoli por 2x1 com um gol de falta achado pelo interminável Alessandro Del Piero, consolidou sua vantagem na liderança e começou a encaminhar a vaca rossonera para o brejo milanês. Deu um susto no empate em casa contra o rebaixado Lecce (em dia de rara falha do goleiro Buffon), mas viu no fim de semana seguinte seu rival ser goleado pela Inter no clássico de Milão. Festa da Juve, campeã após longo período de crise iniciado com a queda para a Série B em 2006.

Hoje a situação é totalmente outra. Foi construída a Arena Juventus a equipe começa a ganhar dinheiro com a bilheteria. Parece óbvio né? Mas não era bem o que acontecia no Olímpico de Turim. As fatias das receitas que ficavam para o município não permitiam à Juve lucrar nem na boa fase. Imagine você então quanto o time estava no fundo do poço. Mantendo os destaques do elenco e trazendo mais alguns reforços pontuais pode ir longe na Champions League 2012-13.

Na Espanha o Real Madrid é o grande campeão. A equipe foi premiada pela regularidade e por ter levado La Liga a sério desde a primeira rodada, o que não aconteceu com seu grande rival Barcelona (que nos últimos tempos vem quase “tomando” o posto de capital da Espanha). Desde o primeiro turno o Real iniciou a abertura de uma vantagem que o Barça jamais conseguiria tirar. Mourinho praticamente montou dois times em condições de vencer as partidas do Espanhol e da fase de grupos da Champions. Tudo foi dando certo até o clássico no Santiago Bernabéu.

O Barça foi a Madrid “com pressa”, pois ainda naquela noite viajaria ao Japão para a disputa do Mundial de Clubes. E mesmo assim enfiou 3x1 nos Madridistas. Esse jogo foi ruim e bom para os objetivos do Real no campeonato. Ruim porque você apanhou em casa do seu maior rival. Bom porque deu ao Barça a sensação que quando quisesse chegava e passava o Real na classificação. Essa ilusão daria origem a vários tropeços catalães após a virada do ano.

Mesmo com todos os percalços, o Barça chegou ao dia do clássico no Camp Nou em condições de reduzir a vantagem do Madrid para apenas um mísero pontinho. A confiança era enorme. A concentração nem tanto. E o Barça perdeu em poucos dias a Liga, a Champions, o técnico e o rumo. Pro Real bastou fazer o básico e garantir o título com antecedência. A “vingança” só não foi completa na temporada pelo fato de também ter sido eliminado na Champions um dia depois do Barça. Se souber se aproveitar do possível instável momento de transição no Barça, pode dominar a Europa na temporada 2012-13.

E o que dizer do domínio do Porto no Campeonato Português? Nas últimas 18 edições da competição a equipe foi campeã em 13, vice em três e terceira nas outras duas. Aliás o torcedor do Porto não sabe o que é terminar o campeonato fora das três primeiras posições desde a temporada 1975-76. Neste ano, ficou provado mais uma vez que técnicos chegam, técnicos saem, e o Porto continua sempre ganhando.

Nesta temporada, os Dragões do Cais até foram ameaçados em alguns momentos por Benfica e Braga. Ameaçados apenas. Ninguém foi capaz de estremecer a campanha espetacular de apenas uma derrota em toda a competição. Mais uma vez o Porto voltará a Champions. Sempre sob o estigma de time que só é grande no seu quintal. Como o elenco atual não se destaca em nada perante aos anteriores, a velha história dos azuis jogarem como nunca e perderem como sempre deve se repetir.

Se bem a partir de agora que tudo depende do modo que os times irão se comportar em uma Champions League sem um Barcelona tão favorito assim.

Eu mesmo acho que pode ser ótimo pra competição.

Mas aí é história para um outro post.