terça-feira, 24 de abril de 2012

Entre outras quatro linhas #14 - Vôlei

Tem que respeitar.

Uma equipe criada em 2006, que só ficou grande em 2009 após união com o Cruzeiro Esporte Clube.

E já na primeira temporada da união chegou ao terceiro lugar da Superliga.

E ao vice-campeonato na temporada 2010-11.

Reforçaram-se, planejaram e trabalharam.

Agora colhem os frutos com o título da temporada 2011-12 da Superliga de Vôlei.

O Sada/Cruzeiro fez uma temporada perfeita. E mesmo assim não era considerado o grande favorito para o título.

Sofria com aquele círculo vicioso de que é preciso ter um título pra ser favorito ao título.

Foi o líder geral da primeira fase, atropelou o São Bernardo nas quartas e o fortíssimo Minas nas semis.

Enfrentou na final o time da moda na final, o Vôlei Futuro de Ricardinho e Lorena.

E passou por cima deles também.

Talvez agora o modo de se ver a equipe de Contagem mude um pouco.

Mas por enquanto vamos relembrar aqui a vitória maiúscula do Cruzeiro na final contra o Vôlei Futuro.


Quem viu só o primeiro set da final achou que os mineiros morreriam na praia (entendeu? Minas, praia. Deixa quieto). O time de Araçatuba, contagiado por sua torcida, que veio em peso até o ginásio em São Bernardo do Campo, literalmente furava o bloqueio cruzeirense. A bola caia por bem ou por mal. Os mineiros até começaram na frente, mas saques ruins ajudaram bastante os paulistas. O set não foi fácil, como todo 26x24, mas o Vôlei Futuro deixou a quadra com aquele ar de “comigo ninguém pode”, e acabou perdendo intensidade. O maior pecado da equipe nesta final.

No segundo set, o Cruzeiro voltou disposto a amassar os paulistas. Concentração máxima e erros mínimos. Nem mesmo as mini-brigas provocadas por Lorena quando o Cruzeiro abria vantagem tiraram o foco dos mineiros. Até saque, problema do primeiro set, virou trunfo. Maurício acertou dois aces consecutivos pra incendiar ainda mais a equipe. Assim o Cruzeiro abriu vantagem e venceu por 25x18.

Começou o terceiro set e, logo nos primeiros pontos, Lorena, o maior pontuador da Liga, se contundiu. O Vôlei Futuro, que já tinha perdido intensidade, foi ao chão. O Cruzeiro abriu absurdos doze pontos de vantagem e levou o set por 25x13. Colocar a responsabilidade da derrota na contusão do Lorena é forçar a amizade. O time fez no terceiro apenas cinco pontos a menos do que no segundo, com Lorena jogando em perfeitas condições. Perderia o terceiro set de qualquer maneira. Talvez não de 25x13, mas perderia.

No quarto set, a confirmação. O Cruzeiro, se aproveitando dos erros e do desespero do Vôlei Futuro, foi abrindo vantagem logo cedo. Lorena voltou à quadra com ares de Beckenbauer na semi da Copa de 70. Os mineiros, no entanto, nem deram bola pro suposto sacrifício, fizeram 25x19, três sets a um, e se sagraram campeões pela primeira vez da Superliga.

No sexteto “all-star” da Superliga, eleito com os melhores de toda a temporada, quatro são do Cruzeiro. Melhor Atacante (Wallace), Melhor Defensor (Serginho), Melhor Recepção (Filipe) e Melhor Levantador (William).

Uma pena saber que, pra Seleção, irão aqueles mesmo de sempre.

Mas tudo bem.

O importante é parabenizar os cruzeirenses pela grande conquista.

Grandes conquistas, em qualquer esporte, sempre engrandecem as equipes.

Parabéns Raposa!

Nos gramados, e agora também nas quadras de Minas Gerais, o Cruzeiro tem páginas heróicas imortais.